O PORQUÊ DE SER TÃO DIFÍCIL MODIFICARMOS COMPORTAMENTOS

O nosso cérebro foi programado de forma a resistir à mudança. Tudo o que seja modificar hábitos e/ou comportamentos torna-se um grande desafio para qualquer ser humano.

Isto acontece porque o nosso cérebro interpreta o estarmos vivos a todos os comportamentos e/ou hábitos que temos. Modificá-los poderá significar perigo para a homeostasia do próprio organismo, poderá significar a morte.

Quando estamos perto de uma mudança começamos a sentir algo dentro de nós que não nos parece natural, é desta forma que o nosso corpo comunica connosco.

Por outro lado, por vezes sentimos a urgência imediata de modificarmos um determinado comportamento e/ou hábito. Isto acontece quando sentimos dor.

A dor é a melhor forma de provocar mudanças em qualquer animal, seja ele racional ou irracional.

Quando comemos um alimento que nos vai provocar uma imensa dor de barriga, a probabilidade de voltarmos a ingerir esse mesmo alimento é quase nula, pelo menos durante um determinado tempo. Ficamos ‘motivados’ para evitar esse alimento, pois ele criou um mau estar ao nosso corpo. A partir desse momento associamos esse alimento como perigoso para nós, provocou-nos dor.

Para a maioria de nós, a nossa alimentação não é uma clara preocupação nos nossos tempos de adolescentes, mas com o passar do tempo, começamos a sentir as consequências de uma alimentação descuidada, seja na estética das nossas curvas ou na própria saúde do nosso corpo. Um médico dizer-nos que se continuarmos a comer alimentos ricos em sal nos poderá provocar um ataque cardíaco a qualquer momento poderá significar a associação de dor à ingestão desses alimentos, ‘motivando-nos’ imediatamente a retirá-los das nossas dietas.

Por vezes necessitamos de modificar alguns comportamentos e/ou hábitos e sabemos-los mesmo antes de sentir qualquer dor. Sabemos racionalmente que se continuarmos com aquele tipo de padrão de comportamentos, iremos estar a limitar-nos nos tempos futuros.

Mas mesmo sabendo que temos que mudar, esta não acontece, o nosso cérebro não nos deixa, é mais forte que nós.

NOSSO CÉREBRO

De uma forma simplificada, o nosso cérebro é constituído por duas partes: uma parte racional, o córtex cerebral, responsável pelas operações mais complexas que envolvem linguagem e pensamento; uma segunda parte emocional, o sistema límbico, responsável pelas emoções e por certos comportamentos necessários à sobrevivência do ser humano.


O sistema límbico é muito mais rápido no processamento de informação e acção, relativamente ao córtex.

Quando tentamos modificar um comportamento, racionalizando em demasia, o sistema límbico entra em acção e consegue sabotar qualquer mudança de comportamento. A não ser que sejamos rápidos a modificar o comportamento…

REGRA DOS 5 SEGUNDOS

No livro “5 second rule”, Mel Robbins apresenta-nos uma estratégia para evitar que o sistema límbico entre em acção de forma a sabotar as mudanças que conscientemente queremos realizar.

Utilizando a metáfora dos lançamentos da NASA, a autora diz-nos para utilizar a contagem decrescente característica destes eventos mas utilizando somente 5 segundos. No final da contagem temos que começar a modificação do comportamento, caso contrário o nosso cérebro irá sabotar a nossa ‘motivação’, mantendo-nos iguais.

De uma forma simples, se pensarmos que queremos ir ao ginásio devemos utilizar a contagem decrescente de 5 segundos saindo imediatamente de casa.

Isto acontece porque ao efectuar-mos esta contagem decrescente desviamos a nossa atenção/foco para a nossa parte racional, evitando por momentos que o sistema límbico entre em acção, havendo então uma janela de oportunidade para fazermos o que pensamos. Mas a partir dos 5 segundos, perdemos a ‘motivação’, pois o sistema límbico entra em acção.

Outra forma de se modificar um comportamento, é a de associarmos uma grande quantidade de dor ao comportamento que queremos modificar (por exemplo comendo todos os dias alimentos ricos em açúcar) e o de associar uma enorme quantidade de prazer ao novo comportamento (uma alimentação mais cuidada).

Esta última estratégia torna-se bastante dolorosa para certas pessoas sendo evitada até ao ponto que não conseguem fugir mais dos problemas que os seus comportamentos não saudáveis provocam, só ai se sentem ‘motivados’ para mudar.

Cabe a cada um saber como o seu cérebro funciona, utilizando isso a seu favor.

Modificar comportamentos não é tarefa fácil para o ser humano, mas não é impossível. Basta aplicarmos o conhecimento que temos do nosso corpo e aos poucos indo modificando os nossos comportamentos e/ou hábitos em direcção ao que achamos mais saudável.

A regra dos 5 segundos é uma das estratégias que pode ajudar na modificação de comportamentos.

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Fonte: João Miguel Parreira • Agir com Conhecimento

“EDUCAR PRESSUPÕE SEMPRE DESAGRADAR À CRIANÇA”, DIZ PSICÓLOGA ROSELY SAYÃO

Especialista em questões relacionadas à família e à escola, a psicóloga paulistana Rosely Sayão acredita que as crianças estão sendo educadas sob o peso da superproteção, o que as desconecta da realidade. O excesso de zelo também dificulta o desenvolvimento da resiliência, a capacidade de resistir às adversidades e empurra para mais tarde a conquista da maturidade.

Para Rosely, falta aos pais, preocupados em demasia com um futuro de sucesso para os filhos, um olhar focado no presente.

— A gente perde de vista o filho como ele é hoje. Quem é o meu filho? Do que ele gosta? Do que ele não gosta? Quais são os talentos dele? Quais são as impossibilidades? Algumas delas a gente pode superar? — pergunta-se a psicóloga, colunista da Folha de S.Paulo e da Band News FM.

Confira os principais trechos da entrevista.

Você aponta a superproteção dos filhos como um estilo dos pais hoje em dia, independentemente de classe social, econômica e cultural. Onde isso fica mais evidente?

Em todas as situações que envolvem essa neurose de segurança que a gente adquiriu: filho não sai sozinho, na esquina, na padaria, não usa transporte público. Há adolescentes que usam sem os pais saberem, mas não para ir para a escola. Para ir para a escola, ou tem perua, ou o pai leva e busca, e eles vão ficando um pouco distantes da realidade. Em casa, eles são muito poupados dos afazeres domésticos com que poderiam contribuir, sempre acham que tem alguém que faça. A gente não tem ensinado para os filhos que tudo tem um processo com começo, meio e fim. Por exemplo, ir a um aniversário. Tem o antes, que é pensar na pessoa, pensar no presente, sair para comprar o presente, pedir para os pais se pode ir, perguntar se os pais podem levar e buscar. Depois tem a festa, o desfrute, e depois da festa tem de ver quem vai buscar. Tudo fica com os pais e, para os filhos, é só ir à festa. Tomar banho é a mesma coisa: é só entrar debaixo do chuveiro. Não tem a organização da roupa e do banheiro, enxugar o banheiro. Nada disso, para os filhos, faz parte desse processo. Isso tudo é superproteção.

É comum os pais se colocarem contra a escola, atacando o professor ou o método de avaliação para defender os filhos.

Exato. Às vezes, os filhos reclamam de um colega e os pais vão tomar satisfação com os pais do outro colega. Briga entre crianças sempre vai acontecer, e elas são capazes de resolver. Quando não são, a escola tem de dar conta se elas estão lá. Mas os pais querem resolver tudo, metem-se na vida escolar dos filhos muito intensamente. A escola deveria ser a primeira batalha que a criança aprende a enfrentar por conta própria. Os pais estão com a ideia de que ir bem na escola, passar de ano, ser exitoso é um índice de que eles são bons pais. Eles fazem tudo para que isso aconteça. Os filhos vão aprendendo que “se tem problema, meus pais resolvem”.

A imaturidade é a principal consequência da infância e da adolescência poupadas de percalços?

A maturidade vai ficando mais tardia. Hoje, muitas empresas reclamam demais da falta de compromisso dos seus funcionários mais jovens, uma geração que já foi criada assim. Se o chefe dá uma bronca, o funcionário já quer sair do emprego. Os pais, resolvendo tudo, não colaboram para que o filho construa a resiliência, que é a capacidade de resistir às adversidades, de cair e levantar, de tropeçar, machucar o joelho, fazer o curativo e seguir em frente. O mundo das crianças pequenas é absolutamente irreal. As escolas privadas são obrigadas a limpar a areia semanalmente, os móveis não têm cantos, é tudo arredondado. As crianças não podem vir da escola machucadas que os pais reclamam. Esses pequenos incidentes fazem parte da adaptação ao mundo. É contraditório: a gente diz que os pais não dão limites, mas as crianças estão limitadas em demasia. Não pode isso, não pode aquilo, não pode aquele outro. E como é realidade da vida que dá os limites, aí, elas não reconhecem esses limites.

Qual é a maior angústia dos pais atualmente?

O sucesso dos filhos a qualquer custo, o que tem custado uma formação deficitária. O sucesso futuro retira um pouco o presente da vista dos pais. A criança e o adolescente estão no presente, não é pensar só no futuro. A gente deveria substituir aquela famosa e malfadada pergunta “o que você vai ser quando crescer?” por “o que você quer ser antes de crescer?”, para eles terem a ideia de que são alguma coisa agora.

Outro lado que o sucesso no futuro tem provocado é a formação dos valores, da moral, da ética, dos princípios. Está todo mundo focado em “meu filho tem de ter um bom emprego, ganhar bem, ter conforto”, mas, se ele não for uma pessoa de bem, vale a pena? Essa é a pergunta que a gente tem de se fazer.

Uma pesquisa recente afirma que os pais andam muito distraídos com seus smartphones, não prestando atenção na conversa com os filhos, além de ser comum a troca de mensagens de texto entre pessoas que estão na mesma casa. Você acha que a tecnologia está afetando muito as relações?

Muito. Há um percentual muito grande de crianças e jovens no mundo que dizem que os pais dão mais atenção ao celular do que a eles. Esse índice explodiu no Brasil.

A gente vive dizendo que os jovens só querem saber de celular, mas somos nós que estamos deixando eles de lado em nome dessas conversas por mensagem instantânea e do trabalho que não termina nunca. Quem tem filho precisa se comprometer e honrar o seu compromisso. A gente não educa apenas para que ele tenha um bom futuro. A gente educa para que ele construa um bom futuro também.

Há pouco você escreveu que “nossa sociedade adulta, infantilizada, adora brincar de faz de conta: fazemos de conta que cuidamos muito bem de nossas crianças”. As crianças deixaram de ser prioridade na vida dos pais?

A gente fez algumas transformações no que significa ser prioridade, por conta de o mundo adulto estar infantilizado. Hoje todo mundo é jovem, independentemente da idade. O jovem tem um compromisso muito grande consigo mesmo, sobra muito pouco tempo para olhar para os outros. Os pais acham que os filhos são prioridade porque trabalham para dar do bom e do melhor e vivem declarando amor a eles, verbalmente. Mas a paciência, a perseverança, isso anda mais escasso.

Além dessa obsessão pela juventude, que outros valores sociais estão moldando as famílias?

O consumo, muitas vezes, determina a posição familiar. “Quero isso”, “vou dar isso para o meu filho fazer parte do grupo e não ficar excluído”. A criança fica desacreditada de si porque precisa ter isso ou fazer aquilo para se inserir, e não ser alguma coisa, pensar alguma coisa, ter posições. Isso atrapalha muito a autoimagem que a criança constrói. Tem também a busca desenfreada da felicidade. Ninguém é capaz de dar felicidade para alguém. A gente é capaz de preparar o filho para que ele consiga buscar a própria felicidade, identificar situações que possam lhe dar momentos de felicidade. Educar pressupõe sempre desagradar à criança. Aí, a gente acha que a criança está infeliz, não desagrada e não educa.

É excessiva a procura por psicólogos, psicopedagogos, neurologistas? Os pais estão com dificuldade de entender os filhos? A solução para eventuais dificuldades e problemas é muito “terceirizada”?

Às vezes não há nada de errado. É preciso lembrar do que os estudiosos têm chamado de medicalização da vida. Olhamos a vida pela lógica médica, e a lógica médica tem a saúde e a doença, o normal e o anormal. Se não está dentro do que se considera normal, procura-se um diagnóstico para poder tratar e transformar em normal. Muitas crianças e muitos jovens têm recebido diagnósticos desnecessariamente, equivocadamente. São poucos os profissionais da saúde, de modo geral, que também conseguem resistir a essa ideologia.

Segundo o IBGE, o número de divórcios no país cresceu mais de 160% na última década. Como essa mudança de comportamento está impactando na criação dos filhos?

Os rompimentos não acontecem só no plano amoroso, do casamento, mas também no da amizade. Bauman, sociólogo polonês, chamou isso de tempos líquidos, tudo é líquido, tudo se dissolve. Mas as crianças nasceram nesse mundo líquido. Acho que afeta menos as crianças se os pais puderem lembrar que o casamento foi rompido, mas a paternidade e a maternidade não. Isso os unirá até que a morte os separe. Tem sido ainda difícil para os adultos deixar de lado as mágoas que sempre ficam depois de um rompimento, para exercer a paternidade e a maternidade de modo mais civilizado. Há muitas brigas, inclusive na Justiça, “é meu dia”, “não é meu dia”. Nem mesmo a guarda compartilhada resolve muito porque é uma questão pessoal, de rixa, em que o filho parece que se transforma em uma moeda de troca. Acho que isso afeta (o filho), não a separação em si.

Como a internet está influenciando a formação das crianças?

Vou ligar essa questão à primeira, sobre a superproteção. É surpreendente que os pais superprotejam os filhos, a ponto de não deixar ir na esquina comprar um pão, e os deixem sozinhos na internet muito precocemente. Eles esquecem que a internet é uma rua, uma avenida, uma praça pública. Talvez a criança e o jovem fiquem tão focados nisso que deem menos trabalho aos pais. A gente vai a restaurante e vê um monte de criança com celular ou tablet. A internet móvel é um “cala a boca”, “fica quieto”. Aí é que a criança aprenderia a socialização, como se comportar em locais diferentes com pessoas diferentes. Aí estaria o empenho da família na formação dos filhos. Nas crianças e nos jovens, a internet sem tutela provoca aquela ideia do descompromisso: “Posso fazer e falar o que eu quiser que não tem consequência”. Mas não é a internet em si a responsável por isso. Ela não é o único elemento a dar essa ideia para os mais novos, é só mais um.

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Fonte: Psicologias do Brasil • por Larissa Roso

“Os prêmios e os castigos não funcionam”


A culpa e solidão dos pais, autoridade vs permissividade, prémios e castigos, hiperatividade. Estes são alguns dos temas que Carlos González aborda no seu novo livro “Crescer juntos”. Em entrevista à Pais&filhos, o pediatra espanhol deu algumas pistas para que pais e filhos cresçam juntos em harmonia.

Cada vez mais cedo as crianças começam a interessar-se por telemóveis e tablets. De que forma os pais devem limitar o acesso a estas tecnologias?

Carlos González: Até aos dois anos (pelo menos), as crianças não deveriam ser expostas a ecrãs, segundo a Academia Americana de Pediatria. Acredita-se que pode interferir com o desenvolvimento da sua visão e com outras capacidades mentais. Lamentavelmente, muitos pais parecem convencidos de que é normal consolar um bebé que chora com um vídeo no telemóvel. Depois, o mais tarde possível, é preciso dar um exemplo adequado. Levamos o telefone para a mesa? Comemos em frente à televisão? Interrompemos uma conversa de família para espreitar o email? Claro que os nossos filhos farão o mesmo…

Que benefícios e malefícios podem ter este tipo de tecnologias?

C. G.: Para uma criança pequena não me ocorre nenhum benefício. Para as maiores, um telemóvel pode ser útil para avisar em caso de algum problema, para manter-se em contacto com os amigos… Mas muitas vezes também serve para os isolar, para olharem para o ecrã em vez de olharem para quem está à frente, para confundir “contactos de Facebook” com “amigos” …

Muitos pais e mães expõem os seus filhos na internet, colocando fotografias e contando tudo o que fazem. Como é que vê este fenómeno?

C. G.: Pode ser perigoso. É preciso perceber que, assim que se coloca qualquer coisa na internet deixamos de ter controlo sobre ela. Mesmo que apaguemos, alguém pode ter copiado. Muitas vezes, colocamos informação sobre os nossos filhos que alguns anos mais tarde pode envergonhá-los – os seus amigos saberão se eles faziam xixi na cama, se se masturbavam, se estivemos preocupados que tivessem um leve atraso psicomotor… Imagine o que sentiria se aos 12 anos alguém divulgasse o que a sua mãe disse sobre si aos dois anos. Outras vezes, damos informação pessoal suficiente para que alguém mal-intencionado consiga ganhar a confiança dos nossos filhos. Por exemplo, alguém chega ao pé da criança e diz: “Trabalho com a tua mãe na empresa XXX e ela disse para eu te vir buscar porque ela teve de ir com o teu avô XXX ao médico. E como estão as aulas de natação? A tua mãe disse-me que começaste a nadar há pouco tempo.” Dizemos ao nosso filho para não entrar no carro de um desconhecido, mas não será fácil ele acreditar que este simpático senhor é um conhecido?

Os pais querem que as crianças comecem desde cedo a participar nas tarefas de casa, como arrumar o quarto ou pôr a mesa. A partir de que idade as crianças podem ter este tipo de responsabilidade?

C. G.: Tem que se ir experimentando. Talvez se possa dizer a uma criança de três anos: “Ajuda-me, leva esta pão para a mesa”, mas passarão muitos, muitos, anos até que possa pôr a mesa inteira sem precisar de instruções.

No livro, escreve: “Tente tratar o seu primeiro filho como se fosse o segundo”. Na prática, como é que isto se faz?

C. G.: Os pais tendem a pressionar demasiado os primeiros filhos. Esperamos que sejam como nos lembramos de ter sido em criança, sem perceber que não nos lembramos dos nossos três anos, mas sim dos nossos oito, dez ou 12 anos. Queremos que fiquem quietos demasiado cedo, que ponham a mesa demasiado cedo, que sigam as regras de etiqueta demasiado cedo, que cumprimentem as pessoas, que se penteiem e que façam os trabalhos de casa demasiado cedo… Quando nasce o segundo, como já sabemos que o mais velho não fazia certas coisas, não exigimos nada ao segundo, mas continuamos a exigir ao primeiro, “porque é mais velho”.

Já tem dito várias vezes que é contra os castigos. Neste livro reforça que também não é a favor dos prémios. Qual é a melhor forma de motivar uma criança?

C. G.: A única motivação que funciona é a intrínseca, a que sai de dentro do indivíduo. Por isso, os prémios e os castigos não funcionam, porque assim a criança não pensa “estou a fazer o que quero fazer”, mas sim “estou a fazer o que os meus pais ou os meus professores querem”. Se levarmos o nosso filho para o campo é possível que ele se interesse pela natureza… mas talvez não se interesse. Se na nossa casa há livros, se ele nos vê a ler e se lhe contamos histórias é possível que ele se entusiasme pela leitura… mas talvez não se entusiasme. O melhor que podemos fazer é criar o ambiente adequado. Mas nunca vai funcionar dar-lhe prémios, castigá-lo ou pressioná-lo para que faça as coisas (“tens que ir para o campo, tens que ler livros, que fazes aqui parado todo o dia?…”)

Dedica grande parte do livro à hiperatividade. Por que razão agora há tantos diagnósticos de hiperatividade?

C. G.: Uma de duas: ou, de facto, há mais crianças hiperativas ou as crianças são iguais ao que foram sempre, mas agora parecem-nos hiperativas. Provavelmente é uma mistura destes dois fatores. Por um lado, há mais motivos para que sejam mais agitadas (exposição precoce à televisão, telemóveis e ecrãs em geral, estimulação precoce, escolarização precoce, separação da mãe); por outro lado, a nossa sociedade tolera muito mal o comportamento normal das crianças. O que antes se aceitava como sendo “coisas de crianças”, hoje em dia é tudo “problemas de comportamento”.

“A criança que se ‘porta mal’ na aula é a que mais precisa de ir ao recreio”. Como é que a escola pode ajudar as crianças a crescerem felizes?

C. G.: Devíamos ser capazes de adaptar a escola à criança e não tentar que a criança se adapte à escola. Nem todos os adultos trabalham oito horas por dias sentados num escritório em frente a um computador. Temos opções para os que não gostam deste tipo de trabalho: podem ser atletas, pilotos, atores, navegadores solitários, guardas-florestais, exploradores, veterinários… Na vida adulta, temos alternativas para quem gosta de estar sentado e para quem prefere passar o dia a mexer-se, para quem busca uma cómoda rotina e para quem prefere a novidade e a aventura, para quem gosta de falar com muita gente e para quem quer estar sozinho o tempo todo. Mas as crianças têm de ir todas para a mesma escola e aprender da mesma forma.

O que é que o preocupa mais nas crianças de hoje? 

C. G.: Preocupa-me que tantas crianças se separem tão cedo das suas mães e tantas horas por dia.

CARLOS GONZÁLEZ

Além de pediatra, Carlos González é presidente da Associação Catalana Pro Lactancia Materna e ministra vários cursos sobre amamentação. Escreveu vários livros de puericultura e pedagogia e é presença assídua nos media espanhóis. Tem três filhos, “que já dormem e comem muito bem”

“CRESCER JUNTOS”

Depois de vários livros dedicados aos bebés, Carlos González aprofunda agora a educação das crianças mais crescidas. Deixá-las serem livres e crescerem ao seu ritmo, sempre com carinho e respeito, é a sua grande premissa. Sem grandes fórmulas ou técnicas, o pediatra lembra-nos a essência da infância e mostra como a vida familiar pode ser simples e harmoniosa se deixarmos as crianças serem apenas crianças. (Editora Pergaminho).

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Fonte: Pais & Filhos POR • por Patrícia Lamúrias

Os 5 piores erros cometidos por qualquer tipo de estudante. 


“Em tempos de crise a melhor saída é passar num concurso e virar funcionário público.”

Este raciocínio simplista habita a consciência da maioria dos candidatos a uma vaga no governo. Mas nós sabemos que passar num concurso não é tão simples assim.

Acontece que a brilhante ideia de passar num concurso não é exclusividade de um, mas de milhões de brasileiros, afinal, quem não gosta da proposta de que, faça chuva ou faça sol, todo mês o salário está na conta?

Mas a realidade mostra uma concorrência agressiva, uma concorrência digamos… eclética.

Aquele rapaz magrelo que instalou a parabólica na sua casa está na briga, aquela atendente simpática da padaria, que só cursou o ensino médio também. Tem o vendedor de carros, o dono da loja de recarga de cartuchos e aquele que jura que um dia será juiz, apesar de escrever “direpente”, “com tigo”, “intendo”. Esse tipo de concorrente, tenho certeza que você tira de letra, mas e os outros? Mas e ex-empresário formado em economia na PUC, o dentista, o engenheiro, o pós-graduado, os doutores e nerds? É bem verdade que concurso público virou uma competição acirrada de tigres ferozes atrás de um pedaço de bife. Para garantir a sua lasca você terá que rachar de estudar.

Ficou assustado? Não é para tanto. Você tem chances reais de aprovação, porque a maioria dos seus concorrentes cometem sempre os mesmos erros. Se você fizer a coisa certa, terá tudo pra dar certo.

Preparei um roteiro com os erros mais comuns cometidos por estudantes durante a preparação em provas, vestibulares e concursos. Se você tiver o cuidado de não cometê-los, aumentará consideravelmente suas chances de aprovação. Veja abaixo quais são:

1 – Falta de planejamento

Olhar para uma pilha de livros e perguntar: Deus, por onde eu começo? Tem algo mais desanimador para quem estuda? É absurdo, mas apenas 2% dos estudantes brasileiros seguem um planejamento de estudo, o famoso, Plano de Estudo. Um bom plano de estudo é como um mapa que o ajuda a determinar:

  • Quantas matérias você pode estudar por dia;
  • A carga horária ideal para a semana;
  • O ciclo de estudo satisfatório para manter os estudos em dia;
  • Um bom método de monitoramento de resultados.

Fazer um Plano de Estudo é como ir a uma alfaiataria, tem que ser sob medida. Não adianta ficar garimpando na internet modelos de plano de estudo. O que serviu para a aprovação de outras pessoas com certeza não servirá para você, porque são métricas diferentes. É preciso personalizar o seu sistema de estudo para que ele realmente tenha o efeito esperado: sua aprovação!

2 – Reclamar das matérias

Você aprendeu a montar um Plano de Estudo, certo? Mas quando começa a estudar fica xingando as matérias. Então voltou a estaca ZERO. Reclamar das matérias é um tiro no pé, porque fazendo isso você automaticamente ordena ao cérebro o bloqueio da aprendizagem. Outro dia uma aluna me disse que detestava estudar Machado de Assis e não entendia porque precisava ler aqueles textos “chatos” para o vestibular de medicina. Perguntei como ela pretendia passar no vestibular de medicina da USP, lendo gibis da turma da Mônica? O professor oferecia o melhor, ela reclamava, porque queria o mais fácil. Você não pode reclamar das matérias e sim descobrir o que o impede de gostar. Dominar um texto de qualidade desenvolve seu sistema cognitivo e prepara você para dominar qualquer outro tipo de texto. Então a pergunta que cabe neste ponto é: Você sabe estudar? Quando não sabemos estudar acabamos colocando a culpa na matéria.

3 – Deixar dúvidas para trás

Estudar a matéria, fechar o livro, olhar no espelho e ver aquela cara de ponto de interrogação é frustrante, concorda? Muitos estudantes se permitem encerrar os estudos com a cabeça cheia de dúvidas. Saem da sala de aula com a sensação de estar faltando uma peça do quebra cabeças.

Nunca permita isso! Pintou uma dúvida, corra, pesquise, pergunte, desvende-a. Seja obcecado por elucidar dúvidas. Hoje você tem todo conhecimento produzido pela humanidade na ponta dos seus dedos, frequente fóruns de discussão, blog, converse com professores e especialistas.

4 – Ignorar a importância da memória

Certo, agora você é um expert em tirar dúvidas, segue um mapa de estudo e ama estudar todos os tipos de matéria. Mas pergunto, e a memória? Tem algum conteúdo na memória?

Conheço muitos estudantes que são feras em memória de curta duração. Na sala de aula, nos estudos sabem tudo, meia hora depois não se lembram de nada!

Um dos erros mais graves que um estudante pode cometer é subestimar a importância da memória no processo de preparação. Pesquisas mostraram que é a memória quem derruba a maioria dos estudantes. Ela é a base da inteligência, fornece matéria prima para o raciocínio e consolida todo conhecimento absorvido nas horas de estudos. É também a memória que lhe entregará de bandeja no momento da prova tudo o que você aprendeu. Se você não memoriza a longo prazo aquilo que estudou, dificilmente conseguirá lembrar. Não lembrando-se, ficará ansioso e a ansiedade, adivinhe, vai agravar ainda mais o branco na memória. É preciso incluir as técnicas de memorização no seu pacote de habilidades mentais.

5 – Ser um eterno estudante do fundamental

Você já reparou que a maioria dos estudantes de vestibular e concurso estudam da mesma forma que faziam quando estavam no fundamental. Leem, releem, anotam, esquecem, leem tudo de novo… Se olhar com uma lupa, notará que o sistema de estudo que você utiliza talvez ainda seja o mesmo que utilizava na quinta série, ou seja, as matérias mudaram, mas o jeito de aprender continua o mesmo. A forma de aprender mudou, porque o mundo mudou. Hoje temos acesso a informação, as formas de avaliação mudaram e o peso das habilidades cognitivas é maior. Por exemplo: Algumas provas a redação é mais importante do que o conhecimento específicos das regras gramaticais. Em outras a habilidade de se expressar verbalmente é o que conta mais pontos. Um estudante moderno não é aquele que estuda com um tablet nas mãos, mas aquele que conta com um leque de habilidades mentais que o ajudam a aprender apesar da complexidade do mundo. Permita-me um conselho: invista o que puder em novas habilidades e você será um candidato bem acima da média.

Resumo:

Dizem que os maiores erros cometidos pelos estudantes é o de deixar o celular ligado, estudar ouvindo música, vendo televisão, etc… Estes são alguns pecados óbvios e… perdoáveis, digamos assim. O que você precisa investigar é a influencia invisível e sutil dos problemas citados acima. Perguntar a si mesmo porque a aprovação não acontece. Um autoexame responsável e crítico deverá apontar para os problemas como desorganização, desmotivação, medo de perguntar (que gera ansiedade), falhas de memória e esquecimentos frequentes. O mundo mudou, a forma de ser avaliado mudou e nossa postura diante dos estudos precisa mudar. Nós estamos vivendo a era do cérebro e não mais dos músculos. Quem vence não é mais o mais forte, e sim o mais rápido, o mais preparado. Você tem mil e um motivos para desejar a aprovação no concurso público, mas como ensina a metáfora do lenhador, é preciso primeiro amolar o seu machado, preparar as ferramentas.

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Fonte: Professores do Sucesso

“Ele não gosta de mim, Mãe!”


Meu menino me disse um dia, depois da escola, com cara de quem tem uma notícia ruim: “fulano não é meu amigo”. Eu já ia me preparando para o sermão da boa mãe, pra dizer pra ele que é preciso gostar de todo mundo, que não pode uma coisa dessas, que todo mundo ali é amigo, quando ele acrescentou, com os olhos brilhando, mas tentando manter o tom banal da conversa: “eu já tentei, ele não gosta de mim. Disse que eu sou chato”. Ah! O assunto, então, era outro. Rejeição. Pedi alguma informação a mais, e ele me disse que estava há dias querendo brincar com o colega, “tentando fazer ele ser amigo”, mas que o menino se negava a passar algum tempo com ele e não explicava muito, dizia não e só. Preferia os outros.

Era hora, então, de cair a máscara da perfeição e de ele entender que afinidade é uma coisa tão natural quanto potente e que a gente gosta, sim, mais de uns que de outros. E que a gente não gosta de todo mundo. E que nem todo mundo gosta da gente. E que tudo bem. Então tudo o que eu disse até ali, sobre ser amigo de todo mundo, era mentira? Não, era tudo cuidado pra fazer nascer nele as bases da bondade, da vontade de estar com os outros, da empatia e tantas outras coisas fundamentais pra gente viver bem. Mas, agora, ele estava ali, de braços abertos pro mundo, me pedindo uma explicação: por que fulano não gosta dele? 

Pois é… A gente passa os dias cuidando da nossa criança, que cresce saudável e, aos nossos olhos, é tão linda e inteligente quanto é possível ser, mas não é pra todo mundo. Claro, tem gente que acha que é uma criança qualquer, normal, chata talvez, sem graça talvez. Tem gente que não vai querê-la assim tão perto, e o mais complicado será quando for gente dela, gente de quem ela gosta e com quem ela quer estar. Preciso ensiná-lo a se colocar, mas também preciso deixá-lo ver que a rejeição é real, que não há unanimidade, e que buscar por ela vai doer demais.

“Quem é que gosta de você?”, eu fui tentando uma forma inversa de ajudá-lo a entender. “Sicrano, beltrano, aquele outro e mais um!” “E por que será que eles gostam?” Ele sorriu enquanto pensava. Abaixei, cheguei bem perto dele e expliquei que é isso, a afinidade, que faz a gente se aproximar de determinadas pessoas ao longo da vida, que é daí que nascem as melhores amizades, e que nem todo mundo gosta das mesmas coisas, então nem sempre a gente vai querer ficar perto de todos os colegas. Insisti que o importante é que a gente respeite todo mundo, até aqueles de quem a gente não gosta muito e, por fim, sugeri que não desistisse. Que mostrasse pro fulano as melhores coisas que ele tem a oferecer – as melhores brincadeiras, as histórias mais legais – e também que procurasse saber do que ele gosta. “Pergunta pra ele!”, eu encorajei, sabendo que podia não dar certo. 

Depois de alguns dias, quis saber se tinha mudado alguma coisa na escola, e ele contou sem entusiasmo que tinha perguntado as coisas pro fulano, mas que eles não brincaram juntos. Depois mudou de assunto: me contou que tinha sido convidado pro aniversário do zezinho, que nem tinha entrado na história e que era até de outra turma. “Olha! Ele chamou a escola inteira?”, eu perguntei, rindo. “Não, só a turma dele e eu.” “Você? Por que você?” Ele riu de si mesmo, antes de responder: “porque ele me adora, ué!”

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Fonte: Equilibrosa

O coração precisa de vitamina A, B, C: ABRAÇOS, BONDADE e CARINHO. 

Se a alma morre, o restante perde a sua utilidade. Vamos procurar obter vitaminas suficientes para que isso nunca aconteça.

O coração exige nutrientes e, embora possa soar um pouco cafona, eu sei que o meu precisa principalmente de vitaminas. Estas não são quaisquer vitaminas, mas são do tipo A, B, C. Isto é, para sobreviver, eu preciso de abraços, bondade e carinho.

Humanamente falando, não acredito que exista alguém no mundo que não precise disto. As emoções que nos invadem se alimentam do contato direto com os outros e nos enchem quando vêm em nome do amor. São tão necessárias quanto respirar.

Qualquer tipo de amor sempre inclui essas três vitaminas. De fato, se você pensar em algum tipo que não conta com elas, provavelmente você não está falando de amor, mas sim de algo que talvez se pareça com ele, mas que nesse estado nunca poderá completá-lo tanto quanto o sentimento verdadeiro e compartilhado.

A minha vitamina A: abraços sem medida

Então, uma das vitaminas mais importantes que todo corpo haverá de receber é aquela que absorvemos através dos abraços. Sim, esses que unem até as partes mais quebradas da alma para que se refaçam novamente, e nunca se rompam totalmente. Você já sabe, aqueles que fazem você se sentir menos sozinho ou ter menos frio porque acompanham e reconfortam.

“Uma sorriu. A outra também. Não se atreveram a se fundir em um abraço na frente das pessoas, mas em apenas um segundo disseram mil coisas em silêncio uma para a outra.” Ildefonso Falcones

Procuro sem limites esse tipo de abraços, próximos e sem limitações, porque os que mais valem a pena são os espontâneos e, às vezes, tímidos. Tenho certeza de que tanto você como eu não queremos abraços premeditados ou calculados, por mais bonitos que pareçam olhando de fora.


O que é bonito é que se sente ao recebê-los, já que são vitaminas que nos trazem muitos benefícios saudáveis. Por exemplo, melhoram nosso próprio estado de ânimo, aumentam a serotonina do corpo, relaxam os músculos, diminuem a pressão arterial, lutam contra a tensão nervosa, etc.

A minha vitamina B: bondade do coração

Da mesma forma que a anterior, a vitamina B é necessária: a que provêm daquelas pessoas que praticam a qualidade do bem. Quando o corpo está rodeado de gente boa de coração, conseguimos que o nosso próprio também seja um pouco mais generoso, que bata com menos temor.

“A bondade pode fazer muita coisa. Como o sol que derrete o gelo, a bondade evapora os mal-entendidos, a desconfiança e a hostilidade.” Albert Schweitzer

Alguém bondoso é agradável e mostra compaixão, disposto a ajudar sem pedir nada em troca: agradável e generoso. Para isso eu – que procuro um pouco de tudo isto na minha vida – me apaixono com facilidade por aqueles que, com empatia, praticam a bondade.

Eles me fazem ser um pessoa melhor e por isso reconheço que gosto deles e os aprecio na minha vida. Sempre os escolho como fonte de aprendizagem, e graças a eles posso crescer todos os dias.

A minha vitamina C: carinho, com sinceridade

Por fim, de nada valeriam as vitaminas A e B se não viessem de mãos dadas de uma pequena dose de carinho. O afeto e a ternura são capazes de dar ânimo de diferentes formas: uma carícia, um sorriso, palavras oportunas…


O carinho dos outros nos dá felicidade e nos faz sentir queridos, por isso é indispensável para o meu corpo. Esta expressão de afeto e reconhecimento faz com que nos sintamos especiais entre a multidão e nos oferece a vitalidade suficiente para não cair diante das adversidades.

“O verdadeiro carinho não é aquele que perdoa os nossos defeitos, mas aquele que não os reconhece.” Jacinto Benavente

A personalidade se rejuvenesce com o carinho porque nos sentimos valorizados, apreciados e cheios de confiança. Esta vitamina é um bálsamo para a autoestima, tanto se sai de nós quanto se entra. O importante é que esteja no ar que nos rodeia.

Por todas estas razões, não deixe de cuidar da alimentação do coração. É verdade que precisamos de muitas outras coisas para avançar na vida, mas se a alma morre, o restante perde a sua utilidade. Vamos procurar obter vitaminas suficientes para que isso nunca aconteça.

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Fonte: Aletria – Estilo de Vida

DE QUE ADIANTA FALAR QUATRO IDIOMAS E NÃO DIZER “BOM DIA” NO ELEVADOR?


Em algum momento da vida, o mundo resolveu entender “competitividade” como alguma coisa parecida com o ditado antigo que diz “farinha pouca, meu pirão primeiro”. Que pena!

Eu tenho a impressão de que esse engano é um dos grandes causadores da miséria em que nos enfiamos.

No meio desse equívoco, ser competitivo significa viver contra o outro, querer tudo e querer antes de todo mundo. Por aí, um batalhão competitivo espera sedento sua vez de partir para cima, de agarrar a chance com unhas e dentes, de provar seu valor, de fazer e acontecer. E tudo isso significa “passar por cima” de quem estiver na frente.

Em treinamentos e palestras, gurus de auto-ajuda repetem “você é especial porque foi o único espermatozoide a atingir o óvulo de sua mãe” e outras bobagens. Mas quase ninguém diz o essencial: “educação, respeito, ética e honestidade deixam o mundo melhor.”

Sem esses valores, ser competitivo é uma desgraça! O sujeito competitivo e mal-educado, desrespeitoso, antiético e desonesto é um monstro. Ponto! Não tem escrúpulos nem limites. Faz qualquer coisa em nome de suas metas.

Verdade é que competitividade sem educação está nos transformando em perigosas bestas. “Sai da frente ou eu atropelo” é o recado.

Nessa disputa estrábica, a gente aprende a falar inglês, alemão, espanhol, mandarim mas esquece como dizer “bom dia” no elevador!

“Fulano é poliglota!”, sabe pressionar, mentir, ofender e chantagear em quatro ou cinco idiomas! De que adianta?

Empatia, simpatia, fraternidade e outras joias são consideradas lixo entre os mal competitivos. Porque “abrem a guarda”. Ser gentil é mostrar fragilidade. O competidor matador fecha a cara e atropela. Aqui entre nós, tão ruim quanto os maus perdedores é o péssimo ganhador!

Dia desses, na festinha de aniversário do meu filho num bufê infantil, as moças que organizam a recreação fizeram lá pelas tantas a velha brincadeira da “dança das cadeiras” com as crianças. Na rodada final, disputando o último assento, restaram um menino e uma menina. Tal como um gladiador, para ganhar a peleja o garoto de nove anos empurrou a menina com tanta força que a machucou. A menina saiu chorando, os joelhos esfolados, e o menino foi festejado pelos amigos.

É triste mas é a verdade. A sanha de vencer a qualquer preço nos transforma, em qualquer idade, em perfeitos panacas. Cheios de motivação e energia, talhados em regras e chavões neurolinguísticos batidos mas tão esquecidos do óbvio: mais importante que ser melhor do que o outro é tratar o outro melhor.

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Fonte: O Segredo

Criança mimada é falta de educação, sim… E a culpa é dos pais. 


Uma geração de crianças “sem limites” está se formando. São filhos mimados e com baixa tolerância à frustração. Como os pais podem mudar essa situação?

Mesmo que você não tenha filhos, provavelmente já presenciou cenas semelhantes: criança se jogando no chão e gritando porque não recebe o que quer na hora que está pedindo; criança gritando (e até batendo) nos pais porque não ganharam o que querem, na hora que querem; criança jogando comida no chão porque não é o que quer comer. Pois esse comportamento é de criança mimada e indica, sim, falta de educação.

Para a psicóloga Laurema Suckow de Castro uma geração de “crianças mimadas” está se formando por uma mudança social e até econômica. “Os pais e as mães estão muito mais ausentes, trabalhando muito. As crianças ficam muito ligadas em aparelhos tecnológicos e tendo pouco contato com a família. Isso desencadeia um comportamento social sem muitos limites”, explica.

Limite aliás, é a palavra chave para lidar com uma criança mimada e também pode ser a “salvação” para esse tipo de comportamento. O problema, conforme analisa a psicóloga, é que a culpa dos pais acaba desencadeando um comportamento vicioso. Os pais não querem repreender a criança porque sentem culpa por não passar mais tempo com ela. Os filhos percebem essa culpa dos pais e usam ao seu próprio favor, testando limites e – também – a paciência.

“Uma criança mimada é uma criança que tem baixa tolerância à frustração. Não sabe ouvir um não e não consegue se comportar bem socialmente”, explica Laurema. Esse “não consegue” passa pela questão da criança saber que os pais não vão repreendê-la em um lugar público, por isso acaba colocando a família em situação constrangedora.

O que fazer nesses casos? Ser firme. Por mais que a culpa bata, os pais devem saber que os limites são essenciais na educação dos filhos e que são eles – os pais – que sabem o que é melhor para as crianças durante a infância. Isso significa saber se comportar durante um passeio e até comer o que os pais indicam, já que os adultos têm mais experiência para saber o que faz bem do que uma criança.

Parece lógico, mas muitos pais têm dificuldades em colocar limites nas crianças e terceirizam essa função, seja para a escola ou para especialistas. Laurema salienta que uma situação muito comum hoje em dia é os pais buscarem diagnósticos para criança, chamando-a de hiperativa ou mesmo buscando ajuda médica para lidar com um comportamento inadequado.

“Há diferenças grandes entre uma criança com alguma síndrome e uma criança sem educação, sem limites. Os pais não podem confundir. Na dúvida, é importante buscar orientação”, salienta Laurema.

O que fazer?

A psicóloga dá algumas dicas para lidar com crianças que estão fazendo birra ou manha constantemente. Confira:

Tenha controle da situação. Lembre-se: quem sabe o que é melhor para as crianças são os adultos e não elas.

Seja firme. Não volte atrás em uma decisão. A criança precisa confiar e sentir-se segura com a decisão do adulto.

Não sofra. Saiba que dar limites é positivo para a criança. Uma criança mimada é manipuladora e sabe o “ponto fraco” dos pais. Não caia no jogo.

Fuja do consumismo. Não tente compensar o tempo que você passa fora com presentes. O que vale é a qualidade do tempo também, portanto, presentes, só em datas especiais.

Dê tarefas para que as crianças cumpram de acordo com a idade e maturidade delas. Estimule a independência.

Faça combinados e mantenha as regras. Antes de sair de casa para um passeio, lembre os acordos da família: nada de birra, manha ou pedir para comprar alguma coisa. Não dá para fazer tudo o que as crianças querem, isso prejudica um crescimento saudável!

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Fonte: Psicologia Comportamental

Como a falta de sono afeta a sua saúde

Pesquisas recentes sugerem que dormir pouco tem grande impacto no bem-estar geral de uma pessoa, independentemente de hábitos como fumar e beber ou do estresse. Saiba o que estudos sobre o tema dizem.

A quantidade de sono é fator fundamental para determinar quão saudável alguém é.


Pessoas que dormem menos de seis horas por noite têm 4,2 vezes mais chances de ficarem resfriadas. A constatação é de um estudo tornado público nesta semana por pesquisadores da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos.

“O sono é o principal fator de bem-estar. Não importa a idade da pessoa, o quanto ela é estressada, seu nível educacional ou salarial, sua origem étnica ou se é fumante. A quantidade de sono é fator fundamental para determinar o quanto ela é saudável”, explica Aric Prather, um dos pesquisadores.

Os efeitos da falta de sono e os benefícios que dormir suficientemente pode proporcionar são uma espécie de mantra repetido pelos médicos.

Mas em uma sociedade que premia a redução do sono como sinal de produtividade e compromisso com o trabalho, Prather diz que são necessários “mais estudos para realmente passar a ideia de que o sono é crucial para o bem-estar”.

Abaixo, uma lista de estudos que ilustram os riscos de não ter uma boa noite de descanso.

1. Memória e funções cognitivas prejudicadas

Além de desacelerar o nosso tempo de reação e obstruir o desempenho em geral, a carência de sono tem efeitos negativos de longo prazo no aprendizado, processamento de novas informações e na capacidade cognitiva de alto nível.

O pesquisador William Killgore, da Escola de Medicina de Harvard, publicou, em 2010, um estudo no periódico científico Progress in Brain Research. A conclusão foi que, mesmo quando a atenção e a vigilância são restabelecidas, uma pessoa cronicamente privada de dormir também tem dificuldades de ser criativa, inovadora e ter “aspectos mais divergentes de cognição”.

Em outras palavras, enquanto talvez você possa ser capaz de se levantar e tomar boas decisões no trabalho após não dormir bem por uma semana, você deverá ter problemas para finalizar aquele texto, filme ou pintar.

2. Maior risco de obesidade

Várias pesquisas estão acontecendo para determinar se dormir mais ajuda a pessoa a perder peso, uma vez que muitos estudos já conectam ciclos de sono curto com o aumento da obesidade.

Pesquisadores concluíram, há anos, que a obesidade pode afetar os ciclos de sono das pessoas, causando, por exemplo, a apneia – uma situação em que a respiração é interrompida durante o sono, resultando em perda retroativa dos ciclos na fase REM, quando ocorrem os sonhos mais vívidos. A apneia é geralmente um sintoma de obesidade.

Os pesquisadores Gugliemo Beccuti e Silvana Pannain, do Departamento de Medicina da Universidade de Chicago, também descobriram que ciclos de sono curtos e de qualidade ruim podem contribuir para o desenvolvimento da obesidade.

O sono é um importante regulador das funções do metabolismo do corpo. Dormir menos significa que o corpo está menos capaz de regular o quanto ele consome, levando ao aumento da fome.

3. Estresse cardiovascular

Uma pesquisa de 2013 descobriu a “interação significativa” entre a carência de sono e a pressão sanguínea. Pesquisadores testaram um grupo de 20 jovens adultos saudáveis que nunca tiveram qualquer tipo de problemas no sono.

Depois de uma noite de privação de sono, houve aumento da pressão sanguínea nos jovens testados, o que causou também estresse psicológico agudo. O estresse cardíaco e cerebral levou os indivíduos a ter desempenho ruim em uma série de testes cognitivos padronizados.

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Fonte: Carta Capital

15 frases de Stephen Hawking que farão você ver a vida de outra maneira. 


Stephen Hawking é tão representativo quando o assunto é Ciência que a sua própria vida é a prova disso.

Diagnosticado aos 21 anos como portador de uma forma degenerativa da esclerose lateral amiotrófica, Hawking recebeu uma triste expectativa médica: teria apenas mais dois anos de vida. Hoje, aos 74 anos de idade, o cientista não apenas driblou a expectativa como é considerado um dos grandes gênios vivos do mundo.

Conheça um pouco dessa genialidade nas citações a seguir:

1 – Q.I. versus inteligência

“Pessoas que se vangloriam de seus Q.I.s são perdedoras.”

2 – Sobre barulho

“Pessoas quietas têm as mentes mais barulhentas.”

3 – Mudança

“Inteligência é a habilidade de se adaptar às mudanças.”

4 – Imperfeição

“Da próxima vez que alguém reclamar que você cometeu um erro, diga a essa pessoa que talvez isso seja uma boa coisa, porque sem imperfeição nem você nem eu existiríamos.”

5 – Sobre a esclerose

“É uma perda de tempo ficar irritado com a minha deficiência. As pessoas não vão ter tempo para você se você está sempre irritado ou reclamando.”

6 – Unanimidade

“Tenho reparado que mesmo aqueles que afirmam que tudo está predestinado e que não podemos mudar nada a respeito disso continuam olhando para os dois lados antes de atravessar a rua.”

7 – Deus e buracos negros

“Considerando o que os buracos negros sugerem, Deus não apenas joga dados, ele às vezes nos confunde jogando-os onde ninguém consegue ver.”

8 – Sobre a humanidade

“Durante milhões de anos, a humanidade viveu exatamente como os animais. Então aconteceu alguma coisa que desencadeou o poder da nossa imaginação. Nós aprendemos a falar e aprendemos a ouvir.”

9 – Suas definições de “simples” foram atualizadas

“Meu objetivo é simples. É a compreensão completa do Universo, por que ele é assim e por que existe de uma maneira geral.”

10 – Direção

“Lembre-se de olhar para o alto, para as estrelas, e não para baixo, para os seus pés.”

11 – Expectativas

“Minhas expectativas foram reduzidas a zero quando eu tinha 21. Tudo, desde então, tem sido um bônus.”

12 – Liberdade

“Apesar de eu não poder me movimentar e ter que falar através de um computador, em minha mente sou livre.”

13 – Sobre a ordem das coisas

“Toda a história da Ciência tem sido a percepção gradual de que eventos não acontecem de uma maneira arbitrária, mas que refletem uma ordem básica, que pode ou não ser divinamente inspirada.”

14 – Há esperança

“Não importa o quão ruim a vida possa ser, há sempre alguma coisa que você pode fazer e ter sucesso. Enquanto há vida, há esperança.”

15 – A humanidade e o Universo

“Nós somos apenas uma espécie avançada de macacos em um planeta pequeno de uma estrela mediana. Mas nós conseguimos entender o Universo. Isso nos torna muito especiais.”

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Fonte: Pensar Contemporâneo